Linha Foz Tua-Armamar
definitivamente chumbada:
que espera o Governo para parar
as obras em Foz Tua?
18 Maio 2012
Veio hoje a público a notícia que a EDP desistiu de
contestar o chumbo da linha de alta tensão Foz Tua-Armamar. Esta notícia é o
reconhecimento da má concepção de todo o projecto da barragem de Foz Tua, e
também que ainda há decisões na Administração Pública onde a força da razão se
sobrepõe à força dos interesses.
A EDP anunciou que vai estudar alternativas, incluindo uma linha enterrada. Esta decisão
é mais uma fuga para a frente, somando-se à anterior de enterrar a estação eléctrica de Foz Tua para tentar camuflar o impacte no Douro Vinhateiro. É como tentar tapar o sol com a peneiraŠ
Mais grave é que o Governo ainda não tenha percebido o que está aqui em causa: uma das "jóias da coroa" do País, que é também (ainda) Património da Humanidade. É certo que já ninguém se atreve a defender a bondade da barragem de Foz Tua, que se tornou sinónimo de crime cultural e ambiental e do pior estilo de parceria público-privada.
Mas alguns membros do Governo e outras figuras políticas, por má-fé ou ignorância, continuam a repetir a desculpa de que seria demasiado caro resgatar a concessão de Foz Tua. Ora, ESTE ARGUMENTO É FALSO. A concessão de Foz Tua rendeu ao Estado 53 milhões euros. A EDP terá gasto entretanto, no projecto e no estaleiro, cerca de 10% de um orçamento originalmente estimado em 300 milhões euros - cometendo pelo caminho uma séria de infracções, que só por si justificariam a perda da concessão, pelo que qualquer negociação a sério conduzirá a um valor de resgate muito mais baixo.
Pelo contrário, as medidas de minimização de impactes aprovadas ou anunciadas, que mal arranham o problema - alternativa ao caminho de ferro, enterramento da central eléctrica, reposição da navegabilidade do Douro, pequenas verbas distribuídas localmente, e agora um traçado alternativo ou enterrado para a linha de alta tensão - tudo somado, custarão quase tanto como a própria barragem. Somem-se os encargos financeiros e as rendas decorrentes do modelo de negócio vigente, e o custo total de Foz Tua para os consumidores-contribuintes ascenderá a qualquer coisa como 2 000 a 3 000 milhões euros. Tudo isto para satisfazer uns ridículos 0,1% da energia do País, em exclusivo benefício da EDP, empresas de construção e banca.
Seria inteligente que Portugal parasse as obras já, com um custo mínimo - antes que a UNESCO nos obrigue a parar, com custos superiores, ou pior ainda, que desclassifique o Douro Vinhateiro como Património da Humanidade.
GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e AmbienteLPN - Liga para a Protecção da Natureza
FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens
A EDP anunciou que vai estudar alternativas, incluindo uma linha enterrada. Esta decisão
é mais uma fuga para a frente, somando-se à anterior de enterrar a estação eléctrica de Foz Tua para tentar camuflar o impacte no Douro Vinhateiro. É como tentar tapar o sol com a peneiraŠ
Mais grave é que o Governo ainda não tenha percebido o que está aqui em causa: uma das "jóias da coroa" do País, que é também (ainda) Património da Humanidade. É certo que já ninguém se atreve a defender a bondade da barragem de Foz Tua, que se tornou sinónimo de crime cultural e ambiental e do pior estilo de parceria público-privada.
Mas alguns membros do Governo e outras figuras políticas, por má-fé ou ignorância, continuam a repetir a desculpa de que seria demasiado caro resgatar a concessão de Foz Tua. Ora, ESTE ARGUMENTO É FALSO. A concessão de Foz Tua rendeu ao Estado 53 milhões euros. A EDP terá gasto entretanto, no projecto e no estaleiro, cerca de 10% de um orçamento originalmente estimado em 300 milhões euros - cometendo pelo caminho uma séria de infracções, que só por si justificariam a perda da concessão, pelo que qualquer negociação a sério conduzirá a um valor de resgate muito mais baixo.
Pelo contrário, as medidas de minimização de impactes aprovadas ou anunciadas, que mal arranham o problema - alternativa ao caminho de ferro, enterramento da central eléctrica, reposição da navegabilidade do Douro, pequenas verbas distribuídas localmente, e agora um traçado alternativo ou enterrado para a linha de alta tensão - tudo somado, custarão quase tanto como a própria barragem. Somem-se os encargos financeiros e as rendas decorrentes do modelo de negócio vigente, e o custo total de Foz Tua para os consumidores-contribuintes ascenderá a qualquer coisa como 2 000 a 3 000 milhões euros. Tudo isto para satisfazer uns ridículos 0,1% da energia do País, em exclusivo benefício da EDP, empresas de construção e banca.
Seria inteligente que Portugal parasse as obras já, com um custo mínimo - antes que a UNESCO nos obrigue a parar, com custos superiores, ou pior ainda, que desclassifique o Douro Vinhateiro como Património da Humanidade.
GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e AmbienteLPN - Liga para a Protecção da Natureza
FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens
Associação dos Amigos do Vale do Rio Tua
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